HORIZONTE ESQUECIDO — Nº6

DPT. DE TRADUÇÃO E EDITORIAL CAPB/NF (ALVORADA VERMELHA)

Documentos presentes:

NEGAÇÃO DA DIFERENÇA ENTRE SOCIALISMO E CAPITALISMO NÃO É PERMITIDA — Jin Zhipo, 1976

INCIDENTE POLÍTICO CONTRARREVOLUCIONÁRIO NA PRAÇA DA PAZ CELESTIAL [TIANANMEN] — Não assinado, 1976

RESOLUÇÃO DO COMITÊ CENTRAL DO PCCh SOBRE A DEMISSÃO DE DENG XIAOPING DE TODOS OS POSTOS, TANTO INTERNOS QUANTO EXTERNOS AO PARTIDO. — Comitê Central do Partido Comunista da China, 1976

*Link no final da página*

É de grande significado para nós estudarmos conscienciosamente esta importante diretriz do presidente Mao, fazer uma análise aprofundada e crítica ao tema reacionário do “gato branco, gato preto”, traçar uma linha de demarcação clara entre Marxismo e revisionismo, e entre o socialismo de um lado e o capitalismo e imperialismo do outro para aderir à linha básica do Partido e levar a revolução socialista até o fim.

Diriam os camaradas chineses sobre o tema da diferenciação entre o Socialismo e o Capitalismo. Alguns senhores, hoje, reivindicando-se revolucionários e comunistas, dizem haver algo novo na China, algo que a humanidade ainda há de compreender, pois não podemos definir, “dogmaticamente” ou “pragmaticamente”, o modo de produção chinês sob a ótica “ocidental” e a partir de velhas terminologias.

Desses argumentos, consolida-se a ideia de um “Socialismo de Mercado”, outro nome pomposo para o “Socialismo com Características Chinesas” — cunhado pelo revisionista e rato capitalista, Deng Xiaoping, após seu golpe de Estado, sua reversão dos vereditos corretos realizados pelo Presidente Mao e pelo Partido Comunista da China durante a Grande Revolução Cultural Proletária e assassinato até mesmo da viúva de Mao, Jiang Qing , e de vários outros revolucionários do Partido — que nada mais é que uma ferramenta para obscurecer do antagonismo entre o Capitalismo e o Socialismo.

Para não assumirem sua completa subjeção ao revisionismo, discute-se não a diferença entre Capitalismo e Socialismo, mas “as contradições da transição” de um para o outro. Sendo assim, o dito Socialismo de Mercado, ao mesmo tempo que é Socialismo, não o é, pois é uma transição do Capitalismo ao Socialismo para “desenvolvimento de forças produtivas”, o que o torna uma etapa intermediária — semelhante à NEP ou à Revolução de Nova Democracia (que ocorreu na própria China) — e que é negada, sob a alcunha de “etapismo”, pelos grandes marxistas brasileiros no que diz respeito às revoluções em países coloniais ou semicoloniais. Eles, que se escoram na própria experiência chinesa como um triunfo do Socialismo no século XXI, declaram, por exemplo, a existência de bilionários dentro e fora do Partido, exportação de Capitais para a África, a Ásia e às Américas, ataques contra organizações proletárias, entre outras coisas, ser uma contradição da transição, mesmo tendo a Revolução Socialista Chinesa ocorrido no ano de 1949 e a Grande Revolução Cultural Proletária, definida como uma revolução dentro de um Estado Socialista para eliminar ainda mais as contradições de classe ainda existentes sob a ditadura do proletariado, realizada entre os anos de 1966 e 1976.

Há tantas incongruências na análise da experiência chinesa que só há dois caminhos que podem ser tomados diante da linha de raciocínio obscura desses senhores: 1) a China nunca foi socialista e passa, desde 1949, por um período de “transição ao socialismo”, o que torna tanto Mao quanto todo o PCCh errados diante da própria realidade e do próprio estágio da Revolução; ou 2) a China já foi socialista, mas Deng Xiaoping e sua camarilha retrocederam a revolução, fazendo do país uma ditadura burguesa (como relatado, pelos comunistas, ser o plano dos burgueses da época que buscavam retornar a Revolução ao estágio de Nova Democracia) e hoje, eles necessitam de uma nova revolução para que se restitua a ditadura do proletariado. Pelos dois caminhos, terminamos por não termos Socialismo na China. Nos dois caminhos, vemos que as “contradições” entre Capitalismo e Socialismo, que são tratadas como não-antagônicas, são, pelo contrário, plena e unicamente antagônicas e que esse período obscuro de 72 anos de transição, sem menor pretensão de ser acabado, é um “novo estágio do desenvolvimento humano”.

A Revolução de Nova Democracia, período de transição do regime semi-feudal e semi-colonial chinês e desenvolvimento de suas forças produtivas que ocorre antes de 1949, deixou de existir — deu um salto qualitativo para se tornar outra coisa— ao se consolidar a ditadura do proletariado no país, através da Revolução Socialista comandada pelo PCCh e pelo Presidente Mao Zedong. Sendo assim, o primeiro caminho dado como uma opção, sequer é uma opção, deixando-nos apenas com a reversão capitalista dirigida por traidores como Lin Piao, Hua Guofeng, Deng Xiaoping etc.

Não saber diferenciar o Capitalismo do Socialismo, crer, religiosamente, não saber que nações socialistas podem cair em meio a luta de duas linhas no seio das massas, do Partido e da luta contra o Capitalismo mundial e, pior, crer que precisamos reinventar a história para não termos que aceitar erros e derrotas, isso sim é fraqueza; isso sim é o dogmatismo que tanto usam para acusar companheiros e camaradas no país e no mundo. A única coisa que o Socialismo de Mercado inovou foi o nome do que dizíamos ser social-democracia. Todos sabemos que um Estado Burguês com maior ou menor capacidade de planejamento — ou de Projetamento, como Ignácio Rangel, em sua teoria abertamente reformista, nomeia — que ele deixa de ser burguês; que apenas através da violenta e radical revolução das massas, das classes revolucionárias, pode-se modificar a realidade dos povos oprimidos e explorados.

Estes senhores julgam ter mudado as coisas quando só mudaram os nomes. — ENGELS, Friedrich.

Abaixo a toda forma de revisionismo!

Abaixo o social-imperialismo chinês!

Pela reconstituição do Partido Comunista da China!

Pela eterna memória de Mao Zedong!

Paz entre nós, guerra aos senhores!

Venceremos!

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