HORIZONTE ESQUECIDO - Nº2

DPT. DE TRADUÇÃO E EDITORIAL CAPB/NF (ALVORADA VERMELHA)

Documentos presentes:

I) A GRANDE TEORIA DO MARXISMO-LENINISMO ESTÁ ATADA AO TRIUNFO NO NOSSO CONTINENTE de José Duarte (PCdoB), 1963;

II) RESOLUÇÃO CONTRA A TEORIA ANTI-LENINISTA DOS “TRÊS MUNDOS” E CONTRA A REABILITAÇÃO DE DENG XIAOPING — Partido Comunista do Canadá (Marxista-Leninista), 1977.

*Link no final da página*

O Movimento Comunista Internacional (MCI), no século XX, passou por processos de grandes conquistas e de grandes retrocessos. Enquanto todas as conquistas derivaram da aplicação correta da teoria revolucionária sobre a realidade — sejam elas diretas ou que vieram da retificação de falhas prévia — todos os retrocessos virem da má compreensão da teoria — que resultaram em falhas a serem corrigidas — ou do mais puro revisionismo. Infelizmente, muitos comunistas ainda falham miseravelmente em compreender os danos que o revisionismo é capaz de causar no MCI. Podemos exemplificar os casos de comunistas que se declaram anti-khruschovitas, denunciam a restauração capitalista na URSS e buscam cumprir a própria designação histórica de defender seus camaradas dos ataques oportunistas, como é o caso do Camarada Stalin, mas não compreendem que isso é apenas uma fração do que é a luta contra o revisionismo moderno.

As disputas interimperialistas que se deram durante toda a Guerra Fria entre a URSS revisionista e os EUA são mero resultado da busca por hegemonia entre duas nações capitalistas; não a toa são denominadas por interimperialistas. Mas o que isso tem a ver com a falta compreensão dos impactos do revisionismo? A exposição, o combate, os chamamentos para revolta popular e derrubada das camarilhas revisionistas que dominam os partidos são tarefa mister de cada um dos comunistas que dizem seguir a linha revolucionária. Isso se dá porque a coexistência pacífica com revisionistas — tratando de termos principalmente ideológicos — é permitir a nutrição de uma doença no seio do movimento comunista que o fará fraco, corrompido e à beira da falência. A linha revisionista, contrarrevolucionária, é uma linha fadada às derrotas. Vemos isso desde os tempos de Marx e Engels: o que foi feito dos socialistas utópicos? O que foi feito de Dühring, Bernstein e Lassalle? Podemos ver do mesmo na era de Lenin e Stalin: o que restou de Segunda Internacional? De Kautsky, Zinoviev, Trotsky, Liebknecht e tantos outros? Diremos o que lhes restou: um eterno aglomerado de fracassos e destruição. Deixaram para o mundo, para os povos de todo o mundo, exemplos aos quais não devem ser seguidos, porque a única coisa que pode ser retirada das teses desses senhores é a covardia de assumir a própria ignorância. Talvez o aprendizado mais puro do que o pensamento pequeno-burguês pode fazer com a linha revolucionária e o chorume oportunista que sai como resultado dessa mistura. Por que nosso tratamento deveria ser diferente, então? Por que devemos fechar nossos olhos para as políticas de Brejnev, Khruschov e todos os covardes que se seguiram até Gorbatchev? Por que fecharíamos nossos olhos para a camarilha de Hua Kuofeng, Liu Shaoqi e Deng Xiaoping, considerados ratos capitalistas pelos comunistas chineses, tendo o último sendo reabilitado pelo primeiro após a morte do Presidente Mao e os dois iniciando o processo de restauração capitalista na China? Por que devemos deixar passarem despercebidos os apoios de certos Partidos Comunistas da América Latina e do Brasil a esses revisionistas e não apenas sua convivência pacífica, como também sua plena colaboração com eles? Não devemos!

Os documentos trazidos por nós nessa segunda publicação abrem espaço para novas críticas, em tempos e de perspectivas distintos, sobre ambos os desenvolvimentos revisionistas, na URSS e na China, tendo apoiadores em todo o mundo sob a premissa de que a “análise de conjuntura” permitia tais apoios. A realidade é que o mundo se rachou, pela terceira vez, sob o estremecer da luta de duas linhas internacional; no embate direto entre o revisionismo e a linha revolucionária, na época, o marxismo-leninismo, e na divisão dos Partidos Comunistas de todos os países sob as mesmas premissas. Não há uma “conjuntura” sequer que permita o apoio ao anticomunismo; não há justificativa qualquer que permita o abandono dos povos soviético e chinês nas mãos de traidores e capitulacionistas e bem menos do nosso próprio povo para seguir suas ordens.

MORTE AO REVISIONISMO!

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